(Foto: Reprodução) Candidatos à diretoria do INPE, em São José dos Campos (SP)
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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sediado em São José dos Campos, no interior de São Paulo, deve definir, nas próximas semanas, o nome de quem comandará a entidade pelos próximos anos.
Segundo o processo definido pelo Inpe, sete candidaturas foram homologadas como candidatos à diretoria, sendo cinco homens e duas mulheres. São eles:
Antonio Miguel Vieira Monteiro
Elbert Einstein Nehrer Macau
Jéssica Araújo Sciammarelli
Luís Eduardo Antunes Vieira
Mônica Elizabeth Rocha de Oliveira
Oswaldo Duarte Miranda
Paulo Nobre
Sede do Inpe, em São José dos Campos
Pedro Melo/TV Vanguarda
O edital para escolher o novo diretor do Inpe foi aberto pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em março deste ano, pouco depois do ex-diretor, Clézio Nardin, pedir exoneração do cargo.
A próxima etapa do processo consiste em apresentações públicas dos projetos de gestão e entrevistas individuais de cada candidato. Ela acontecerá nos dias 5 e 6 de agosto.
Após essa etapa, uma lista tríplice será apresentada pela Comissão de Busca à ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. A última etapa consiste na nomeação do candidato escolhido pela ministra.
Neste mês, o g1 entrevistou os candidatos à diretoria do Inpe estabeleceu uma dinâmica de três perguntas sobre gestão, além de uma breve apresentação de cada candidato. Aos candidatos, a reportagem abordou os mesmos questionamentos:
Quais são os seus principais objetivos à frente do Inpe?
Qual será o diferencial da sua gestão, caso eleito(a) diretor(a) do Inpe?
Como surgiu o interesse em se candidatar ao cargo de diretor(a) do Inpe e por que quer ser eleito(a)?
Confira abaixo o que cada candidato respondeu:
Antonio Miguel Vieira Monteiro
Antonio Miguel Vieira Monteiro, candidato a diretor do Inpe
Imagem cedida/Arquivo pessoal
Antonio Miguel Vieira Monteiro é tecnologista sênior do Inpe, onde começou em abril de 1985. Atualmente exerce o cargo de diretor do Inpe. Ele é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), mestre em Computação Aplicada pelo Inpe e doutor em Engenharia Eletrônica e Controle/Ciência da Computação pelo Centro de Ciências Espaciais da Universidade de Sussex em Brighton, no Reino Unido.
Atua como coordenador/principal investigador em projetos de escala nacional e internacional, organizados como redes multi-institucionais de cooperação, centradas no uso de métodos de tratamento de informação espacial para auxiliar o desenho de políticas públicas urbanas, da proteção e da saúde baseadas em evidências.
Atua como professor e orientador no Programa de Pós-Graduação em Sensoriamento Remoto e como professor colaborador e orientador no Programa de Ciência da Computação Aplicada do Inpe.
Quais são os seus principais objetivos à frente do Inpe?
Precisamos tratar as urgências do presente, destravar o INPE: adequar dentro do quadro do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação os instrumentos jurídicos que nos permitam operar com parceiros. Desenrolar o INPE: tornar mais eficientes nossos fluxos decisórios que se alinharam a uma lógica do medo e não às da inovação. Para isso, precisamos debater e pactuar com a comunidade inpeana uma nova estrutura organizacional que comporte os desafios do presente e nos posicione adequadamente para os riscos e, principalmente, as oportunidades do futuro. As áreas de PD&I precisam ser reorganizadas para retornar ao seu ativo papel interno e as suas posições nas estruturas decisórias da gestão.
Qual será o diferencial da sua gestão, caso eleito diretor do Inpe?
Compatibilização entre nossa capacidade de suporte e de entrega com a qualidade técnica que nos tornou uma referência de excelência. Novos ajustes nos relacionamentos com outros atores presentes no ecossistema associado ao Programa Espacial Brasileiro: Agência Espacial Brasileira, Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, indústria aeroespacial, indústria de serviços associados ao PEB e academia. Assim, diminuir a distância entre os resultados de P&D e as inovações necessárias às políticas públicas e serviços ofertados por setores tradicionalmente visitados pelo Inpe e, ampliar nossa ação para ministérios não tradicionalmente visitados, associados às políticas setoriais sociais.
Como surgiu o interesse em se candidatar ao cargo de diretor do Inpe e por que quer ser eleito?
Fiz 40 anos de Inpe no dia 4 de abril deste ano. Em agosto, o INPE fará 64 anos. Dediquei minha vida profissional a este instituto, mas é a ele, também, que devo tudo que alcancei. Nos últimos anos, com um grupo ampliado de colegas e amigos inpeanos, começamos discussões sobre a necessidade de construir uma proposta portadora de futuro para o INPE. Com este grupo construímos uma visão e um caminho. Ele está claro. E estes colegas me concederam o privilégio de liderar este projeto. Projeto que apresentei ao Comitê de Busca e pelo qual quero ser escolhido.
Elbert Einstein Nehrer Macau
Elbert Einstein Nehrer Macau, candidato à diretor do Inpe
Imagem cedida/Arquivo pessoal
Elbert Einstein Macau é graduado em Engenharia de Eletrônica pelo ITA, além de doutor em Engenharia de Eletrônica e de Computação pelo ITA.
Também é pesquisador nível 1A do CNPq e pesquisador titular aposentado do Inpe. Foi professor auxiliar do ITA antes de se transferir para o Inpe. Autou no desenvolvimento e implementação da área de aquisição de dados e controle dos meios de teste de ensaios ambientais do Laboratório de Integração e Teste (LIT) e no desenvolvimento de satélites.
Atualmente é professor titular-livre do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenador do Comitê Temático de Inteligência Artificial e Dinâmica de Sistemas Complexos da Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional e do Consórcio Latino Americana para Dinâmica Não Linear e Sistemas Complexos.
Quais são os seus principais objetivos à frente do Inpe?
O INPE foi criado para ser um centro de referência internacional em sua área de atuação. Ocupou essa posição por anos. Problemas conjunturais e estruturais vêm comprometendo essa posição. Pretendemos equacionar esses problemas para recuperar essa posição de proeminência. O objetivo é compreender os problemas de nosso país a partir do espaço, desenvolver modelos e fazer estimativa de cenários para nortear atuações para o desenvolvimento sustentável, econômico e social. Isso implica em ter-se uma infraestrutura de suporte adequada, via ações estruturantes e sustentáveis nos diversos setores da cadeia produtiva, de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico e inovação.
Qual será o diferencial da sua gestão, caso eleito diretor do Inpe?
Será uma atuação de liderança, baseada numa sólida experiência administrativa, no conhecimento das áreas de atuação do instituto, por ter atuado tanto em desenvolvimento tecnológico, como em pesquisa aplicada, além de gestão e coordenação de grandes e complexos projetos. Alia-se a isso a experiência em lidar com equipes multidisciplinares, construindo a interdisciplinaridade, e o conhecimento do ordenamento jurídico nacional e estadual que possibilite propor e implementar estratégias eficazes para a solução dos problemas estruturais e conjunturais atuais do Inpe. A inserção na comunidade nacional e internacional possibilitará obter meios que auxiliem o cumprimento da missão do Inpe.
Como surgiu o interesse em se candidatar ao cargo de diretor do Inpe por que quer ser eleito?
A civilização enfrenta uma crise sem precedente, com riscos de comprometer sua existência, advinda das mudanças climáticas. O Brasil possui papel chave na mitigação de seus efeitos, enquanto é um dos países mais impactados por ela. O Inpe é um ator chave para entender os efeitos dessa crise e mitigá-la. O momento geopolítico impõe a nosso país ter conhecimento e tecnologia para construir soluções autônomas, visando preservar a soberania nacional. O Inpe precisa de um contexto sustentável, que lhe permita atuar com eficácia. Meu interesse é o de contribuir para que esse contexto exista, objetivando fundamentar e indicar ações apropriadas no enfrentamento dos problemas estratégicos nacionais.
Jéssica Araújo Sciammarelli
Jéssica Araújo Sciammarelli, candidata à diretora do INPE
Imagem cedida/Arquivo pessoal
Jéssica Araújo Sciammarelli é PhD em Ciência da Computação, possui formação internacional em Inteligência Artificial, Cibersegurança, Blockchain e Gestão de Negócios. Atua atualmente como professora universitária em programas de Mestrado em IA e Cybersecurity em instituições internacionais.
Com experiência prática e acadêmica em pesquisa aplicada, Jéssica foi pesquisadora de Inteligência Artificial, onde desenvolveu algoritmos, modelos de IA e produziu publicações científicas voltadas a aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural.
Além disso, atua como consultora internacional em tecnologias emergentes e cibersegurança, desenvolvendo projetos estratégicos nas áreas de IA, engenharia de dados e blockchain.
Quais são os seus principais objetivos à frente do Inpe?
Meu principal objetivo é fortalecer o protagonismo nacional e internacional do INPE por meio da modernização tecnológica, valorização de talentos e inovação. Pretendo integrar tecnologias emergentes como inteligência artificial, ciência de dados, blockchain e cibersegurança às áreas de atuação do instituto, ampliando sua capacidade de análise, automação e proteção de dados.
Qual será o diferencial da sua gestão, caso eleita diretora do Inpe?
O diferencial será uma gestão inovadora, orientada por dados, baseada em práticas modernas de governança e no uso estratégico de tecnologias como IA, ciência de dados, blockchain e cibersegurança. Buscarei ampliar fontes de financiamento, acelerar projetos de impacto e fortalecer o papel do INPE na transformação digital do setor espacial e ambiental, promovendo inclusão, eficiência, colaboração internacional e sustentabilidade.
Como surgiu o interesse em se candidatar ao cargo de diretora do Inpe e por que quer ser eleita?
Minha candidatura nasce da missão de unir ciência, tecnologia e inovação em prol do Brasil. Com trajetória em pesquisa aplicada e em tecnologias emergentes como IA, cibersegurança, ciência de dados e blockchain, acredito que posso liderar uma transformação estratégica. Quero fortalecer o legado do INPE, impulsionar novas parcerias e integrar soluções tecnológicas aos desafios nacionais e globais, com visão ética, inclusiva e sustentável.
Luís Eduardo Antunes Vieira
Luís Eduardo Vieira, candidato a diretor do INPE
Imagem cedida/Arquivo pessoal
Luís Eduardo Vieira é pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, com graduação em física pela Universidade Federal de Santa Maria (1995) e mestrado e doutorado em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1998 e 2002, respectivamente).
Possui contribuições científicas no campo da Astronomia e Física Solar e realizou pós-doutorados no INPE e no Max-Planck-Institut für Sonnensystemforschung, tendo atuado como pesquisador no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) na França.
É o principal investigador da Missão Telescópio Espacial Solar Galileo (GSST) e um dos proponentes do pacote de instrumentos para observação do Sol e magnetosféricos para a Missão CBERS-5, a principal iniciativa do MCTI para o futuro próximo. Atuou também como suplente de deputado federal em SP pelo PSD.
Quais são os seus principais objetivos à frente do Inpe?
Meus principais objetivos à frente do INPE são reposicionar o Instituto como centro de excelência em ciência e tecnologia espaciais, modernizar sua estrutura organizacional, atrair e valorizar talentos e ampliar seu impacto na sociedade. Proponho a criação de institutos temáticos integrados, a modernização da infraestrutura crítica, o fortalecimento da governança e parcerias com universidades, setor produtivo e agências internacionais. O objetivo é tornar o INPE protagonista em áreas estratégicas e referência global em ciência, inovação e serviços públicos de alta relevância.
Qual será o diferencial da sua gestão, caso eleito diretor do Inpe?
O diferencial da minha gestão será a implantação de um novo modelo organizacional baseado em seis institutos temáticos integrados, fortalecendo a sinergia entre ciência, operações e inovação. Esse modelo será aliado a uma governança moderna, transparente e participativa, com conselhos externos e foco em resultados. Pretendo promover a valorização do capital humano, ampliar parcerias estratégicas com universidades e empresas, e transformar o campus de SJC em um Parque Tecnológico Espacial. Trata-se de uma gestão transformadora, voltada à excelência científica e à relevância social do INPE.
Como surgiu o interesse em se candidatar ao cargo de diretor do Inpe e por que quer ser eleito?
Meu interesse em ser diretor do INPE surgiu da vivência direta, como líder de um dos principais projetos estruturantes da instituição – a Missão GSST –, dos desafios e potencialidades que o Instituto apresenta. Acredito que o INPE precisa de uma transformação estrutural e cultural para retomar seu protagonismo. Quero liderar esse processo com visão estratégica, criando institutos temáticos integrados, modernizando a infraestrutura, valorizando o capital humano e ampliando parcerias. Estou motivado a reposicionar o INPE como referência global em ciência e tecnologia espaciais, com impacto concreto para o Brasil e a sociedade.
Mônica Elizabeth Rocha de Oliveira
Mônica Elizabeth Rocha de Oliveira, candidata à diretora do INPE
Imagem cedida/Arquivo pessoal
Mônica Elizabeth Rocha de Oliveira é doutora em Engenharia e Gerenciamento de Sistemas Espaciais pelo INPE, mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal da Paraíba e Engenheira Civil pela Universidade Católica de Pernambuco.
Ela é Analista Sênior do INPE, movimentada para a Agência Espacial Brasileira (AEB) desde março de 2024, onde atua na Unidade Regional de São José dos Campos, coordenando a implantação do Programa Qualiespaço.
No INPE, foi Coordenadora-Geral de Gestão Organizacional e Diretora Substituta, Coordenadora de Gestão de Projetos e da Inovação Tecnológica, Chefe do Núcleo de Inovação Tecnológica e Presidente do Grupo de Gestão de Contratos. Foi ainda professora do curso de Edificações do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) e atuou na construção civil por mais de 10 anos no Recife, onde teve sua própria empresa construtora.
Fez os cursos Liderança 360 na FGV e o Space Studies Program 2010, da International Space University (ISU), em Strasbourg/França. Também coordenou o Comitê Organizador Local do Space Studies Program 2023.
Quais são os seus principais objetivos à frente do Inpe?
Nenhuma sociedade moderna pode prescindir de soluções espaciais para atividades como agricultura, transportes, energia, infraestrutura, monitoramento ambiental e climático, etc. O Fórum Econômico Mundial projeta uma economia espacial global de US$ 1,8 trilhão até 2035, em razão desse relacionamento com outros setores econômicos. O Brasil precisa tomar uma decisão estratégica de construir soluções espaciais autônomas para atender suas necessidades, e essa é uma tarefa que precisa de grande participação do INPE. Meu plano é articular com outras instituições ligadas ao setor espacial, fortalecer o INPE como capacidade espacial estratégica e posicioná-lo como multiplicador dessas capacidades.
Qual será o diferencial da sua gestão, caso eleita diretora do Inpe?
Nos meus vinte anos como servidora do INPE, e em especial nos 3 anos em que atuei como Diretora Substituta, muitas vezes fui a única mulher na sala. Nessas situações, percebi a diferença entre a abordagem masculina, muitas vezes competitiva e combativa, e a feminina, mais colaborativa e voltada para a construção de redes. Essa é uma aptidão que vejo em mim, junto com a minha capacidade de gestão, outro diferencial que trago, e que quero colocar à disposição do INPE. São capacidades que considero essenciais para a liderança de um instituto tão estratégico, sobretudo diante da necessidade de construção de um grande plano de espaço para o país, que demanda a articulação com múltiplos atores.
Como surgiu o interesse em se candidatar ao cargo de diretora do Inpe e por que quer ser eleita?
Muitas pessoas, do INPE e de fora dele, me incentivaram a essa candidatura, me fazendo refletir sobre as habilidades que viam em mim para essa tarefa. Me inspiraram particularmente os argumentos ligados à representatividade feminina, à necessidade de termos mulheres capacitadas e com coragem para exercer a liderança de um instituto como o INPE. Eu tenho consciência de minha capacidade e coragem, demonstradas em circunstâncias e projetos que liderei no INPE e também no que venho construindo atualmente na Agência Espacial Brasileira. São aptidões que desejo colocar à disposição do INPE e de meu país.
Oswaldo Duarte Miranda
Oswaldo Duarte Miranda, candidato a diretor do INPE
Imagem cedida/Arquivo pessoal
Oswaldo Duarte Miranda é graduado em Física, mestre e doutor em Astronomia. Ingressou na Divisão de Astrofísica do INPE em setembro de 2004, sendo atualmente Pesquisador Especial III, dedicando-se a desenvolver pesquisas teóricas nas áreas de cosmologia e gravitação.
No INPE, orientou desde projetos de iniciação científica a teses de doutorado e estágios de pós-doutoramento. Publicou cerca de 60 artigos científicos em revistas internacionais e 64 em anais de eventos nacionais e internacionais, além de artigos em jornais e revistas.
Foi chefe da Divisão de Astrofísica, coordenador geral de Ciências Espaciais e Atmosféricas, diretor substituto do INPE e coordenador do Gabinete da Direção do Instituto. Fez parte da Comissão Especial de Astronomia, nomeada pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável pela elaboração de um plano nacional para a astronomia brasileira.
Quais são os seus principais objetivos à frente do Inpe?
Os meus principais objetivos à frente do INPE serão perseguidos de forma integrada para reposicionar o Instituto na liderança do avanço da pesquisa científica e do desenvolvimento tecnológico espacial. Estes objetivos são: (1) atendimento às demandas nacionais; (2) aproveitar adequadamente o potencial trazido pelo Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação; (3) transferir desenvolvimentos tecnológicos inovadores para empresas do setor espacial; (4) ampliar o quadro de servidores, estudantes, colaboradores e parceiros do INPE; (5) priorizar de forma balanceada seu portfólio de projetos e programas; (6) promover a capacitação de seus recursos humanos no uso de Inteligência Artificial.
Qual será o diferencial da sua gestão, caso eleito diretor do Inpe?
Fazer com que o INPE atenda às demandas nacionais, mantendo exclusivamente o foco na sua missão como Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação do MCTI. Isto é, executar estudos, pesquisas científicas, desenvolvimento tecnológico e capacitação de recursos humanos, nos campos da Ciência Espacial e da Atmosfera, das Aplicações Espaciais e da Engenharia e Tecnologia Espacial, incluindo a operação e o rastreio de satélites. Estimularemos a participação da comunidade científica e do setor industrial do País em projetos espaciais, e colocaremos nossos laboratórios à disposição desses segmentos em consonância com as políticas e diretrizes definidas pelo(a) Ministro(a) de Estado do MCTI.
Como surgiu o interesse em se candidatar ao cargo de diretor do Inpe e por que quer ser eleito?
O INPE vem sofrendo um processo de desgaste e perda gradativa de eficiência há certo tempo. As razões vão desde ações equivocadas na gestão, que desencadearam Termos de Ajustamentos de Condutas (TACs) por ordem judicial e do Tribunal de Contas da União, e a perda de foco institucional por meio da incorporação de atividades que não têm aderência com sua missão na área espacial. Adquiri, ao longo de minha trajetória como pesquisador e das funções de gestão exercidas, experiência e conhecimento do INPE, de forma ampla, e do seu processo de tomada de decisão estratégica, de forma específica, o que me dá confiança de poder levar o Instituto novamente ao protagonismo do setor espacial.
Paulo Nobre
Paulo Nobre, candidato a diretor do INPE
Arquivo pessoal
Paulo Nobre é graduado em Meteorologia pela USP, além de possuir mestrado em Meteorologia pelo INPE, doutorado pela University of Maryland e pós-doutorado pela Columbia University.
Atualmente é pesquisador do INPE, coordenador do desenvolvimento do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre - BESM e coordenador do Comitê Nacional do Projeto PIRATA.
Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Meteorologia e Oceanografia, atuando principalmente nos seguintes temas: modelagem acoplada oceano-criosfera-biosfera-atmosfera; oceanografia do Atlântico Tropical; gelo marinho; previsibilidade climática sazonal e mudanças climáticas globais
O g1 enviou as mesmas perguntas ao candidato, mas não recebeu retorno no prazo estipulado igualmente para todos os demais candidatos.
INPE e Cemaden estão sem gestão titular
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